Este baralho foi criado
entre 1981 e 1983 pela artista
italiana Maria Teresa Monti, que morreu em tenra idade, em
1991. O trabalho era bem complexo,
tanto tecnicamente quanto em design. A execução sendo
uma mistura de lápis, tinta e
pavimentação em têmpera, pacientemente criado com uniformidade precisa. A iconografia retrabalha
o clássico Tarô de
Marselha, mas introduz várias inovações simbólicas e gráficas, começando com o fundo preto impressionante
que realça fortemente cada detalhe.
Os Arcanos Maiores e as
cartas da Corte são perfeitamente reconhecíveis, apesar de numerosas inovações. A artista
alterou as roupas e posturas dos personagens para torná-los mais dinâmicos,
respeitando as cores tradicionais simbólicas.
Em muitos casos, as configurações
são reforçadas com decorações complexas.
As cartas semente não têm figuras, portanto a artista
juntou os símbolos tradicionais do
Naipe Italiano com brotos de hera que terminam em seus homólogos Naipes Franceses: Copas com Corações,
Moedas com Diamantes, Bastões com Clavas,
Gládios com Espadas.
O Tarô
da Lua Nova tem o
sabor de uma mistura delicada
entre Art Nouveau e Art Naïve,
preservando uma elegância e um frescor
extraordinários.
Como Bonnie Cehovet escreve em Aeclectic
Tarot: «Este é um
belo baralho, muito fácil de ler,
mesmo sem os títulos em inglês. Não é apenas um baralho para colecionadores, mas pode
ser usado para o trabalho pessoal, leituras, bem
como um manual de escritos diários – qualquer coisa que se esperaria de
um baralho de tarô tradicional... É o presente
de uma artista extremamente talentosa que deixou este
planeta em uma tenra idade. Seu
trabalho mostra coração e alma, e
merece um lugar no mundo do Tarô».
Durante os anos em que Maria Teresa Monti, "Terry" para seus amigos (Loiano,
1957 - Bolonha, 1991), trabalhou sobre os 78 Arcanos,
ela viveu em um antigo Palácio no centro
histórico de Bolonha (norte da Itália).
Seu estúdio doméstico estava
transbordando com pinturas
maravilhosas; todos os objetos, móveis e
utensílios, eram fantásticas obras
de arte. De uma torre
medieval anexada ao seu estúdio, a vista podia varrer das planícies, as
montanhas, e para além das montanhas, onde Terry nasceu.
Foi nessas montanhas, como de um
terraço olhando para o mundo, que a criatividade de Terry começou a vagar em
todas as direções.
Depois de se formar na Escola de Arte, ela começou a exibir seus
trabalhos em importantes Galerias
de Arte. Ao mesmo tempo, ela
tornou-se interessada em magia. Isso não foi coincidência: seu avô foi um renomado e
temido "feiticeiro". O
encontro com o Tarô era
inevitável.
Terry viajou para a Europa, Ásia e Américas, faminta por conhecimento
de lugares distantes e culturas
estrangeiras; de cada
viagem ela trouxe profundas
inspirações artísticas.
Em Nova York, em 1981, ela
teve uma breve associação com Andy Warhol e Keith Haring, que mais tarde influenciou seu trabalho no sentido de Pop Art. No início dos
anos 80, no entanto, ela ainda estava intimamente ligada ao Realismo
Mágico, e os 78 Arcanos
que ela criou estão profundamente
enraizados neste assunto.
Colaborei com Terry na fase final de seu trabalho, fornecendo indicações sobre simbolismo
e estabelecendo o título, "Tarô da Lua Nova".
Estas cartas eram supostamente para ilustrar um livro meu. Entrei em contato com
Stuart R. Kaplan
e com Dal Negro para uma edição internacional,
mas depois de longas negociações, não
foi possível chegar a um acordo. Nem
meu livro nem o Tarô de Terry foram jamais publicados; no entanto, Kaplan colocou
uma resenha do Tarô da Lua Nova no terceiro
volume da Encyclopedia of Tarot (pp. 391 e 396).
Infelizmente a artista já tinha falecido, no entanto, ela havia deixado muitas obras importantes,
todas sutilmente imbuídas
com a magia feminina que animou esta mulher
extraordinária.
Após a morte de Terry, os 78 Arcanos permaneceram ocultos por 25 anos na
casa da família Monti até 2007, quando foi emprestado ao Museo dei Tarocchi em Riola
(Bolonha-Itália), onde ainda é exposto.
Em 2008 Morena Poltronieri, fundadora do Museo dei Tarocchi decidiu imprimir esta edição limitada de 300 cópias, com uma simples caixa preta.
Em 2014 eu decidi
dar ao baralho uma nova caixa, consistente com as pinturas de Maria Teresa
Monti. Esta bonita nova caixa foi criada pela designer de arte Letizia Rivetti e, foram feitas à mão as 88 caixas numeradas.
Cada baralho tem, é claro, a garantia original
com o número atribuído pelo Museu do Tarô e a garantia extra com o número de
seqüência da cada caixa.
O tamanho de cada carta é 86 x 151 mm. O tamanho da caixa é 120 x 190 mm, 55 mm de espessura.
© 1983 Maria Teresa Monti © 1992 Emma and Stefano
Monti
Todos os
direitos reservados. Nenhuma imagem pode ser reproduzida ou transmitida de
qualquer forma ou por qualquer meio,
eletrônico ou mecânico, sem permissão por escrito. Edição limitada de 300
cópias numeradas publicadas em 2008 pelo Museo dei Tarocchi - Riola (Bo) –
Itália. Essa preciosa caixa foi criada para apenas 88 baralhos, projetada em
2014 por Letizia Rivetti e feitas à mão por "Rinascimento – Italian Style
Art". Apresentação de Giordano Berti - Tradução para o Inglês de Vic Berti - Tradução para o Português de Lilia Palmeira.
Seus livros abordam, em um contexto
histórico e acadêmico, as várias vertentes da Arte Hermética, como
bruxaria, alquimia, heresias, gnosticismo e também o Tarô.
Presidente e co-fundador do Instituto Grafi, Associação dedicada à pesquisa sobre Artes e Folclore, também
organiza exibições de Arte e História. Sua reputação como Historiador
de Tarô é de renome mundial, por isso Berti é consultor de uma das mais
famosas editoras sobre o Tarô: Lo Scarabeo, Torino, Itália.
© Tradução de Lilia Palmeira- 2014
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