©Áine por Jim Fitzpatrick |
Deusa Áine
Áine (pronúncia irlandesa: aːnʲə) é uma deusa irlandesa
do verão, riqueza
e soberania. Ela é reivindicada como um ancestral por várias
famílias irlandesas principalmente as do Condado de Limerick, localizado
na Província de Munster a sudoeste da Irlanda, onde se encontra a colina de Knockainy (Cnoc
Áine), antigo sítio de culto a deusa, hoje cristianizada.
Knockainy (Cnoc Áine) |
Áine é considerada filha do rei Eógabail
ou Eoghanach, membro dos Tuatha
de Danann e filho adotivo do deus do mar Manannan
Mac Lir. No
entanto, outras lendas indicam
que ela foi casada com Manannan
Mac Lir. Fontes diversas afirmam que ela é a filha de Dagda e irmã
de Brigid. Áine é
colocada também como a irmã de Aillen
ou Fennen (Finnen/Fenne/Funcho).
Alguns estudiosos acham que ela é irmã de Grian (Grainne),
nesse caso, Áine rege a metade luminosa do
ano e Grian rege a outra metade, a
escuridão. No entanto, Grian
também pode ser
um outro aspecto da Áine já que existem
estudos considerando-na como Senhora da Lua.
Seus animais sagrados são uma égua vermelha,
coelho e cisne.
Áine significa “o brilho, alegria, esplendor,
glória e fama” para muitos dos seus devotos. Seu
simbolismo primário a relaciona com o Solstício de Verão (Medio-Saminos na
Gália ou Litha na Irlanda), além de reger os 15 dias após o Lughnasadh (Lammas - hlaf-mas [loaf-mass] em Anglo-Saxão, Aidrinijâ em Gaulês e Luginaissatis para alguns druidas Celtiberos). Durante
os 15 dias de Festividades em honra ao deus Lugh, conhecido como “Jogos de
Lugh”, eram dadas as suas bênçãos, no entanto, por causa disso, concederam a ela
um status próximo da deusa Tailtiu (pronuncia no Velho Irlandês
comoˈtalʲtʲu). Tailtiu em Lebor Gabála
Érenn (Livro das Invasões na Irlanda) era casada com Eochaid mac Eirc, um Fir
Bolg e Grande Rei da Irlanda.
Filipendula ulmaria |
No estudo de simbologia, Áine está associada com o Sol e a Lua, o elemento ar, a direção Sudoeste, e uma das ervas sagradas dos druidas, Meadowsweet, traduzido como Ulmaria-doce uma vez que o gênero e espécie é Filipendula ulmaria. Também chamada de Queen of the Meadow (Rainha do Prado) ou mesmo Bridewort (Erva-de-Noiva).
Áine às vezes é confundida com a Deusa Mãe Danu, que é conhecido regionalmente como Anu,
mas não há qualquer relação com tal divindade.
Muitas histórias existem sobre
Áine e seus
amantes mortais como a fábula tradicional referente à Gerald FitzMaurice FitzGerald (1335-1398), 3º Conde de Desmond também conhecido em Irlandês como Gearóid Iarla (Conde Gerald). Segundo estudos históricos, Gerald FitzGerald era um membro da dinastia Hiberno-Normanda dos FitzGerald ou Geraldines.
Na lenda é dito que ele uma vez roubou a capa de Áine enquanto ela nadava em um rio, e a capa não seria devolvida para Áine até que concordasse em se casar com ele. Enfim ela concordou uma vez que não havia como escapar de tal evento. Áine teve um filho com Gerald, ele foi chamado de Gearóid Larla, conhecido como o Mago. Áine para se ver livre de tal laço com Gerald o pai, fez um acordo com ele em que nunca iria ser surpreendido por qualquer coisa de seu filho, no entanto, após a realização de um ato sobre-humano, o Conde ficou surpreso, e Áine estava livre para voltar para o mundo das fadas (sidhe).
Na lenda é dito que ele uma vez roubou a capa de Áine enquanto ela nadava em um rio, e a capa não seria devolvida para Áine até que concordasse em se casar com ele. Enfim ela concordou uma vez que não havia como escapar de tal evento. Áine teve um filho com Gerald, ele foi chamado de Gearóid Larla, conhecido como o Mago. Áine para se ver livre de tal laço com Gerald o pai, fez um acordo com ele em que nunca iria ser surpreendido por qualquer coisa de seu filho, no entanto, após a realização de um ato sobre-humano, o Conde ficou surpreso, e Áine estava livre para voltar para o mundo das fadas (sidhe).
Outro mito descreve como Áine foi estuprada pelo
rei de Munster, Aillil Aulom, o que levou a Áine
morder-lhe a orelha. Devido a mordida,
Áine considerou Aillil
impróprio para ser rei por causa de sua desfiguração.
De todos os seus aspectos, é
mostrado que Áine não era uma divindade para ofenças, caso
alguém se deparasse com ela lembraria de uma frase já cristianizada ligada ao
seu culto: “O inferno não tem a fúria
como de uma mulher desprezada”.
Para muitos Áine também era a
deusa do amor, e muitas pessoas iriam adorá-la na
esperança de que concedesse a
sexualidade, fertilidade, abundância e prosperidade.
Através de seus muitos relacionamentos com humanos, alguns crêem que
ela deu à luz a uma raça de mestiços, ou seja, de pessoas que tinham o sangue das fadas uma
vez que ela também era considerada a Rainha das Fadas, lembrando um pouco a
rainha Titânia em Sonhos de uma Noite de Verão
de Shakespeare.
Outros mitos ligados à Áine descreve-na sentada em
sua cadeira
de parto no Lughnasadh dando a
luz a uma roldana de grãos. Acredita-se que através
da realização de tal ato, Áine
deu o dom de grãos para o povo da Irlanda.
©Cláudio César de Carvalho aka Cailiaconos Deruogenos - 2014